sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Poncho em Londres 2012 - Despedida


Bem, isso cheira a despedida… Primeiramente quero agradecer ao Terra por me dar a oportunidade de viver esta experiência esportiva. No entanto, não posso ir sem lhes contar o que aconteceu nestes últimos dias em Londres. Ficou claro para mim que esta Olimpíada foi o evento esportivo mais vigiado na história; a ordem, a organização, a sincronia, o respeito e inclusive tudo que veio a este blog, pois o Comitê Olímpico regula qualquer tipo de vídeo das competições que seja carregado para a rede e é por isso que não pude enviar vídeos que gravei nas provas que fui.
Ah… os ingressos! Outro tema que é preciso abordar e outra questão que está regulamentada de forma bastante exigente é a venda de entradas para as competições. No começo não tinha ideia de como conseguir os ingressos, na teoria era possível comprar na página oficial dos Jogos, mas isso foi impossível; depois, no hotel, me deram o número de uma agência que tinha, porém os preços eram caríssimos. Houve uma transição no dia em que no Metrô encontramos com um mexicano que vinha de uma partida de Vôlei, ele nos disse que uma agência vendia entradas para latinos e depois de me dar o endereço exato do lugar, fomos até lá e a partir dali tudo mudou!
Como já sabem pelas notas anteriores, depois de madrugar e enfrentar longas filas, consegui entradas para a final feminina do Levantamento de Peso; para o atletismo e o que me deixou mais feliz: entradas para a partida do México contra Senegal.
Em cada competição foi vivido um ambiente incrível; como por exemplo o Boxe Feminino de 60kg onde o melhor momento foi a luta entre a Irlanda e a Grã Bretanha, alguns acreditavam que a Grã Bretanha dominaria a arena e o ambiente por estar em casa, porém ocorreu o contrário já que os Irlandeses superaram sem dúvida o número de público e torcida. Foi uma luta emocionante, dominada a todo tempo pela Irlandesa, acredito que ela ganhará a medalha de ouro.
Para este último dia, com certeza teriam que haver competições para a despedida. O plano era ir pela manhã ao estádio para ver pela última vez o atletismo e dali correr até Wembley para assistir a semifinal entre México e Japão.
Entretanto, faltava o mais importante: conseguir entradas e para isso teríamos que madrugar mais ainda, pois vários mexicanos sabiam sobre a agência e sabiam que tinham ingressos para a partida do México, com isso o lugar iria lotar.
Por nenhum motivo poderia perder esta semifinal, nem sequer eu iria me arriscar a fazê-lo; por isso optei ficar uma noite em algum hotel próximo à agencia e assim ser o primeiro a chegar na fila, porém não foi possível já que em nenhum hotel havia disponibilidade. Às 5h30min soou o despertador, saímos correndo para pegar um ônibus até a estação do metro Stratford, pegar a linha até Bank e depois alternar para a preta até London Bridge (20 minutos de viagem) e chegamos para nos deparar com um fila enorme.
Às 8h um encarregado do escritório saiu para informar que haviam somente 28 entradas para a partida; conforme a fila começou a ser distribuída as fichas que seriam trocadas por ingressos (até 2 entradas). E não vão acreditar… Não consegui a ficha. A última foi dada ao cara que estava literalmente na mina frente, ou seja: um antes de mim… senti que fecharam a bilheteria na minha cara. Pesquisei como desesperado se alguém deixaria alguns ingressos. Fui ingênuo ao pensar que iriam ter entradas, mas na verdade em nada eu estaria perdendo. Somente riram de mim e fizeram algumas brincadeiras sobre conseguir entradas para a semifinal de xadrez =/ (era brincadeira)… Consegui umas entradas para o parque olímpico e assim me despedi do estádio, da vila, de Stratford.
Já tinha pensado o que faria essa tarde: comprar uma mala, pois a minha havia arrebentado, aproveitar e fazer as malas, ver a partida do México na internet porque em nenhum Pub passava as partidas de futebol.
Faltavam duas horas para a partida do México, já estávamos no hotel e fazendo as malas, recebemos uma chamada de uma amiga do México que havia conseguido entradas para a partida; sendo assim, saímos correndo para pegar o ônibus até a estação do metro Stratford, pegar a linha vermelha até Bank e depois alternar para a linha negra até London Brigda para encontrá-la; não queria me animar até que tivesse as entradas em mãos, depois que me desiludi pela manhã só iria acreditar vendo, mas sim! Eu consegui!!! E só me restavam 40 minutos para chegar ao estádio, nossa meta era chegar no apito, corremos, corremos, corremos para chegar cedo; e apesar de corrermos bastante, chegamos tarde…
Entramos e procuramos os assentos, entre a pressa e a animação não os encontramos. E menos ainda porque não tinha ideia de que os lugares estavam abaixo no nível do campo e eu estava várias seções acima; enquanto o guia nos levava até o lugar certo lhe perguntei o placar do jogo e ele me respondeu que o Japão ganhava de 1-0, eu não podia acreditar, pois eram os 10min inicias, mas era verdade; todo o resto é história 3-1 para México, passamos para a final e fomos em um lugar no parque olímpico comemorar.
A comemoração foi outro ingresso já que no mesmo lugar encontrava-se uns ingleses celebrando as múltiplas medalhas da Grã Bretanha, uns rapazes da Jamaica celebrando as medalhas do Usain Bolt Blake, de modo que todos queriam celebrar com a sua bebida típica: whisky, rum e tequila… essa foi praticamente a torcida e o que primeiro senti no dia seguinte, mas não importa, foi uma comemoração incrível!
Enquanto escrevo, me reidrato; enquanto escrevo, sigo fazendo as malas; enquanto escrevo, minha cabeça doe; enquanto escrevo, bebo algo para o meu mal-estar; enquanto escrevo, vejo as competições; enquanto escrevo, respondo tweets; enquanto escrevo lhes agradeço por estarem presente sempre pendentes do blog; mil vezes obrigado, nos escremos no México.
CHEERS!
:: Créditos: Poncho Herrera
:: Tradução e adaptação: RBDForever.com

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